Há dez meses longe dos octógonos, o britânico Tom Aspinall, atual campeão interino dos pesos-pesados do UFC, enfrenta um período de incertezas enquanto aguarda uma possível unificação de cinturões contra Jon Jones. A espera, que já gerou até reclamações públicas de seu pai e dos fãs, tem sido encarada pelo lutador como uma oportunidade única de aprimoramento.
Em um vídeo recente em seu canal no YouTube, Aspinall revelou que está usando o tempo sem lutas para focar no desenvolvimento de novas habilidades, algo raro na rotina tradicional de um lutador de elite.
“Normalmente, quando você está em um camp, passa semanas estudando um adversário específico, trabalhando em estratégias para neutralizá-lo. Agora, sem luta marcada, posso só treinar para evoluir, testar técnicas e melhorar aspectos que quero desenvolver. É uma liberdade que raramente temos”, explicou o inglês.
O lado amargo do reinado mais longo
Enquanto transforma o hiato em crescimento, Aspinall quebrou um recorde que, ironicamente, reflete a estagnação de sua carreira no momento. Na última semana, ele ultrapassou Renan Barão como o campeão interino com o reinado mais longo da história do UFC – 536 dias no comando dos pesos-pesados, um dia a mais que o brasileiro, que ficou 535 dias como titular provisório dos galos entre 2012 e 2014.
A marca, embora histórica, evidencia a indefinição do UFC sobre o futuro do division. Jon Jones, o campeão linear, segue sem previsão de retorno após uma lesão no peito, e o próprio Aspinall já declarou que não quer esperar “eternamente”. Enquanto isso, o britânico mantém o foco no que pode controlar: sua evolução.
“Sei que a situação não é ideal, mas estou usando isso a meu favor. Quando a hora chegar, vou estar melhor do que nunca”, concluiu.
Agora, a pergunta que resta é: o UFC vai marcar a tão esperada unificação ou Aspinall será forçado a abrir mão do cinturão interino? A pressão dos fãs e do próprio lutador só aumenta.