Ex-campeão do UFC reflete sobre o momento certo de parar e os desafios emocionais do pós-carreira
Um dos maiores nomes da história do MMA, o canadense Georges St-Pierre — bicampeão do UFC nas categorias dos meio-médios e médios — usou sua experiência para dar uma lição sobre saber a hora de se aposentar no esporte de alto rendimento. Em entrevista ao The Ariel Helwani Show, o lutador, que se despediu dos octógonos em 2017, falou sobre os riscos de prolongar a carreira além do limite e a importância de preservar o legado.
“Dane-se a tocha, aposente-se nos seus termos”
St-Pierre, conhecido por sua disciplina e visão estratégica, foi categórico ao criticar a ideia de que um atleta deve “passar a tocha” para as novas gerações. Para ele, o lutador deve sair no auge, antes que o declínio físico ou derrotas desnecessárias manchem sua trajetória.
“Dizem para você passar a tocha. Dane-se isso. Não passe a tocha. Se aposente nos seus termos, não nos termos deles. A tentação de voltar está sempre lá, mas há algo que você não pode vencer — o tempo”, afirmou.
O ex-campeão destacou que muitos atletas subestimam o envelhecimento, acreditando que podem superá-lo apenas com força de vontade. “Tudo o que temos neste mundo é temporário. Estamos todos de passagem. É muito difícil, e muitos não sabem a hora de parar. Eles acham que podem vencer o tempo, mas isso é impossível. É o ciclo da vida.”
O desafio emocional da aposentadoria
Além dos aspectos físicos, GSP abordou os impactos psicológicos de deixar o esporte. Para ele, o maior obstáculo não é a falta de treinos ou competições, mas reexaminar sua identidade longe dos holofotes.
“Quando você é um atleta de elite, isso define quem você é. Parar significa enfrentar o ego, o medo de ser esquecido. Muitos caem na armadilha de querer voltar só para provar algo, mas isso pode destruir sua saúde e seu legado”, explicou.
Sua decisão de se aposentar veio após o diagnóstico de colite ulcerativa, doença que exigiu tratamento intensivo e o fez repensar suas prioridades. Ao sair como campeão dos médios — após derrotar Michael Bisping em seu retorno após quatro anos —, ele garantiu que sua história no esporte fosse lembrada com excelência.
Lições para as novas gerações
A fala de St-Pierre ecoa casos de lendas que prolongaram suas carreiras além do ideal, muitas vezes com resultados frustrantes. Sua mensagem é clara: mais importante do que durar é saber como terminar.
“Ninguém é maior que o esporte. Você pode ser o melhor hoje, mas o tempo chega para todos. A verdadeira vitória é sair inteiro, com saúde e orgulho do que construiu.”
Enquanto o MMA ainda vê ídolos hesitando em pendurar as luvas, o conselho de GSP serve como um alerta — e um exemplo a ser seguido.
O que você acha? Lutadores devem se aposentar no auge ou continuar enquanto sentirem que podem competir?
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